quinta-feira, 19 de maio de 2011

Quinta, Lua em Capricórnio

Eu, é claro, nunca tinha visto centauros. Até que ontem, voltando do trabalho pra casa, o ponto de ônibus em que eu estava foi ocupado por uma turba de gente que chegou gritando, começou a brincar, depois começou a se esmurrar, a brincar de novo e foram embora do jeito que chegaram: gritando.

A Lua, cheia em Sagitário. "Só pode ter sido um estouro de centauros", pensei. O sábio Quirão era exceção à regra, vide o mito dos centauros da Tessália.

Astrologia é uma linguagem simbólica que pode ser muito literal, às vezes.

Hoje, ainda podemos ter "estouros de centauros" - pela manhã a vibração sagitariana está ampliada pelo contato com Júpiter em Áries, planeta regente do signo. O desejo de expansão e otimismo sagitarianos estarão a todo vapor. Quinta é dia dedicado a Júpiter, o grande benéfico. Como ele aparece no céu ativado por uma Lua em Sagitário, acho que não é nada demais pedir (e esperar) por milagres na manhã desta quinta.

"Tantos planetas, astros, milagres que acontecem e ainda podem acontecer...", me escreveu Dani, antes de lançar essa, a trilha do dia:


"Milagres do Povo" - boa para aguardar milagres, ou para realizar milagres. A gente decide.

Com o passar das horas, a Lua ativa os planetas em Touro: Vênus, Mercúrio e Marte. E, vocês sabem, enquanto o centauro cavalga, o Touro rumina. Touro é lento e por vezes empaca. Mas boiada também estoura, e a fúria de Touro tem fama de ser terrível.

Às 17h15, Lua entra em Capricórnio. Nem centauro, nem Touro: o bicho da vez é a cabra. Antes disso, a Lua já ativou Urano (mantenham as velas / lanternas à mão. Por duas vezes seguidas, tensão em Urano = pane elétrica na cidade) e já deu as mãos a Plutão, nos deixando ainda mais introspectivos. Aliás, Lua em Capricórnio conjunta a Plutão é convite certeiro à melancolia: pode retirar sua senha para o muro das lamentações.

Astrologia é assim, uma ciranda: cada signo faz a crítica do que veio antes dele. Quando é chegada a hora, Sagitário - a sabedoria e a aventura - cede seu lugar à ambição ordenada, estrutura, hierarquia (e também melancolia e pessimismo) que constituem Capricórnio. Os signos, felizmente, não tem melindres em ceder seu lugar: depois de Capricórnio vem Aquário e, daqui a um tempo, tudo recomeça, e de novo, e sempre.

Nem os signos tem melindres, nem o céu tem apegos. Num dia em que a Lua entra em Capricórnio (que representa o inverno do hemisfério norte, quando as árvores perdem suas folhas e mantém apenas o essencial) junto de Plutão (a morte), acho que o recado é esse.

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